Exercício 2: Enunciado [Atelier Integrado, Atelier VII, 2010/2011]

Exercício 2: Projecto
Escola Primária e Jardim de Infância


Duração
1º Semestre do Ano Lectivo 10/11

Destinatários
Atelier Integrado [Arquitectura VII, Arquitectura Paisagista]

Tipo
Individual

Data de Lançamento
30 de Setembro 2010

Ponto de Situação I
28 de Outubro 2010

Ponto de Situação II
25 de Novembro 2010

Data de Entrega Definitiva
23 de Dezembro 2010


1. Objectivos

Tendo como tema geral o desenvolvimento de um equipamento em contexto urbano, o Exercício 2 da Cadeira Atelier Integrado / Atelier VII centra-se na reflexão, experimentação e desenvolvimento das capacidades de materialização de projecto, consolidando os instrumentos operativos adquiridos nos semestres anteriores.
O amplo espectro do tema possibilita desde logo abordar problemáticas próprias da urbe, versando processos e elementos de formação dos tecidos urbanos e da definição das suas morfologias, reflectindo-se sobre a sua constituição, alteração ou reconstrução a partir de um programa habitacional misto.
A integração das duas vertentes permite reflectir e compreender a interdependência e a relação directa entre inserção urbanística, morfologia urbana, paisagem e tipologia arquitectónica.
O exercício objectiva a tomada de consciência no que se refere à articulação simultânea de várias escalas, confrontado a reciprocidade entre a dimensão urbana e paisagística do projecto e a escala do programa, abrangendo-se da mesma forma aspectos como o da caracterização, da linguagem ou da materialização.
Procura-se aprofundar a vastidão e complexidade próprias do acto projectual, introduzindo-se-lhe, à medida do desenvolvimento do projecto, condicionantes de ordem programática, técnica, material e física. Dessa forma, ao mesmo tempo que se reforçam aspectos relativos à natureza do espaço a intervir, morfológicos e socioculturais, noções de tipologia, hierarquia, ou conceitos como público/privado, introduzem-se novas problemáticas, sejam elas de natureza técnica, interdisciplinar, ou construtiva; procurando operar, pelo projecto, uma síntese entre lugar, linguagem, função e construção.

A disciplina de atelier integrado desenvolve-se em três momentos distintos. Um primeiro momento de aproximação a um modelo de análise territorial terá como objectivo permitir e verificar a aplicação de conhecimentos propedêuticos relativos às metodologias de análise e à ecologia de paisagem.

Para obter aprovação à disciplina os alunos deverão ter desenvolvido até ao final do tempo lectivo do semestre três fases diferentes de execução de projecto, entregando em cada uma delas os elementos escritos e desenhados solicitados, e demonstrando capacidade criativa na solução proposta, quer em termos gerais, quer ao nível da qualidade específica dos elementos e ambientes que constituem a solução.
Deverá demonstrar domínio teórico e técnico nas soluções que propõe, quer ao nível do conhecimento do suporte biofísico e paisagístico em que intervém, quer ao nível das soluções construtivas que propõe, quer ao nível das interacções sujeito/paisagem. Deverá ainda demonstrar possuir espírito crítico na sua proposta, quer na ocupação territorial que propõe, quer ao nível do desenvolvimento de projecto.


2. Descrição

O processo de projecto incide sobre uma área consolidada da cidade, propondo-se aos alunos que aí desenvolvam edifício(s) destinados a uma Escola Primária e Jardim de Infância.
Será privilegiada a análise do conjunto edificado, do espaço público e da cidade que o envolve, recorrendo-se ao conhecimento adquirido nos semestres anteriores, quer no que diz respeito à história da arquitectura e da cidade, mas também ao que se refere à própria metodologias de análise do espaço; procurando-se que cada aluno construa e fundamente uma leitura própria do lugar da intervenção.
Neste contexto, a relação paisagista e arquitectónica entre novo e preexistências, bem como a relação entre tipologia, morfologia, linguagens e sistemas construtivos serão objecto de reflexão e aprofundamento durante o desenvolvimento do trabalho de projecto.

O processo de observação do contexto da intervenção deverá conduzir à identificação dos diversos elementos e formas que constituem o lugar do projecto, apoiando a sua caracterização e sua significação no contexto histórico da cidade, visando a fundamentação objectiva das propostas.
Esta deverá resultar de um processo em que o conhecimento do lugar e a capacidade crítica e criativa do aluno revelem um progressivo enriquecimento na estruturação do projecto na sua correspondente formalização.
Será também objectivo fundamental do exercício aprofundar a caracterização global do campo em que o arquitecto exerce a sua actividade, informando-o da natureza dos processos culturais e técnicos que a fundamentam; procurando-se estimular o aluno a adquirir uma perspectiva própria das questões que se lhe levantam.

O projecto será desenvolvido no interior do Jardim Botânico de Coimbra, devendo ligar-se ao contexto urbano que o envolve.

No final do presente exercício o Aluno deverá apresentar uma proposta de ocupação para a área urbana em causa, ao nível de um Projecto Base (esc. 1/100 ou superior); mas que inclua elementos gráficos a escalas superiores (1/100, 1/50) que permitam a compreensão dos principais elementos tipológicos.


3. Metodologia

Na primeira fase do trabalho o aluno deverá identificar claramente quais as variáveis, parâmetros e processos que poderão ser relevantes para o posterior desenvolvimento do programa e proposta. Analisará ainda quais as forças que originam esses processos (driving forces), se são sadios e a relação entre eles.
Ex.:
variável: insegurança
Driving force: ocorrência de assaltos
Factores/variáveis de relação: iluminação, ocultação de vistas, vandalismo, deficiente drenagem, etc.

A segunda fase do trabalho consiste na proposta de ocupação territorial da área em estudo, partindo de uma análise crítica ao modelo proposto pela carta de Atenas. Os alunos desenvolverão um programa de intenções que reflicta sobre a organização funcional do espaço, e a estrutura organizativa/zonamento que o concretizam. De que forma a estrutura organizativa responderá aos processos que ocorrem no território, e de que forma será geradora de alterações/inversões positivas nessa dinâmica?

A última fase consistirá na definição formal dos elementos propostos, quer do edificado, quer de toda a intervenção proposta ao nível dos espaços exteriores.
A fase de proposta será desenvolvida em dois momentos distintos, o da proposta inicial e da proposta final. A proposta inicial será alvo de avaliação pela turma, sendo que as variáveis da avaliação são previamente definidas por toda a turma, e sendo comum à avaliação de todas as propostas.
Ex. de variável: identidade, segurança, eficiência recursos, etc.

Esta avaliação prévia permitirá ao aluno acentuar aspectos da sua proposta, e corrigir os parâmetros em que eventualmente tenha obtido uma classificação desfavorável.
No final a proposta deverá concretizar-se ao nível de um Projecto Base, incluindo todas as peças escritas e desenhadas.

4. Programa

Escola Primária e Jardim de Infância

Numero de Alunos de Educação Pré-Escolar 150
Número de Alunos de 1º Ciclo de Ensino Básico 200

Educação Pré-Escolar
  • Sala de Actividades 6 x 50m2
  • Arrumo de Material 2 x 5m2
  • Vestiário de Crianças 2 x 18m2
  • Instalações Sanitárias Crianças 2 x 22 m2
  • Gabinete de Trabalho Educadoras 1 x 16 m2
  • Sala Polivalente 1 x 50 m2

1º Ciclo
  • Sala de Aulas 8 x 50 m2
  • Espaço de Educação Artística 8 x 10 m2
  • Laboratório 2 x 50 m2
  • Arrumo de Material 2 x 10 m2
  • Instalações Sanitárias Alunos 3 x 20 m2
  • Gabinete de Trabalho Professores 1 x 20 m2
  • Sala Polivalente 1 x 70 m2

Espaços Comuns
  • Refeitório 1 x 120 m2
  • Cozinha 1 x 60 m2
  • Vestiários e Sanitários de Pessoal 2 x 10 m2
  • Sala de Informática 2 x 50 m2
  • Sala de Tempos Livres 2 x 50 m2
  • Gabinete Director da Escola 1 x 15 m2
  • Gabinete de Atendimento ao Público 1 x 15 m2
  • Sala de Professores 1 x 15 m2
  • Arrecadação Geral 1 x 20 m2
  • Instalações Gerais Adultos 2 x 15 m2

Biblioteca
  • Sala de Leitura 1 x 75 m2
  • Sala de Trabalho 1 x 35 m2
  • Sala de Informática 1 x 50 m2

Ginásio
  • Ginásio 1 x 400 m2
  • Balneários 2 x 35 m2

Espaços Exteriores
  • Campo de Jogos
  • Recreio Coberto
  • Horta
  • Quinta pedagógica
  • Estufa
  • Outros, a definir pelo Aluno


5. Calendarização

Entrega I
14 de Outubro 2010

Elementos de Entrega (Projecto):
  • Caderno de Esquiços de Análise (formato A3 ou A4, sobre papel branco).
  • Processo de Análise (formato A3 ou superior, sobre papel vegetal).
  • Maquete Geral de Intervenção, Esc. 1/500 ou 1/1000
  • Planta Geral e Perfis, esc. 1/500;
  • Esquemas de Leitura do Lugar
  • Memória Descritiva
  • Outros elementos gráficos, (montagens, perspectivas, esquemas, maquetas de conceito, esquiços, etc.) que o aluno considere ilustrarem a sua estratégia de intervenção.


Entrega II
11 de Novembro 2010

Elementos de Entrega:
  • Processo; em cadernos formato A3 ou superior, sobre papel vegetal
  • Maquete Geral de Intervenção, Esc. 1/500 ou 1/1000
  • Planta Geral de Intervenção, Esc. 1/500 ou 1/1000
  • Maqueta, esc. 1/200; material a definir pelo Aluno
  • Plantas, Cortes, Alçados - Projecto Geral, esc. 1/200
  • Axonometria da Proposta - Projecto Geral, esc. 1/200;
  • Apontamentos Perspecticos e/ou Montagens Fotográficas, s/ esc.; técnica livre, formato A1
  • Painel Síntese, contendo síntese de elementos gráficos e escritos, s/esc.; formato A1, vertical.
  • Memória Descritiva e Descritiva da Solução, referindo-se obrigatoriamente à solução urbana, à estrutura organizativa e funcional, à relação com a envolvente, à(s) solução(ões) tipológica(s) e ao programa de intervenção; A4, em papel, podendo conter ilustrações.
  • Quadro de Áreas (útil e brutas); formato A4, sobre papel.


Data de Entrega Definitiva
23 de Dezembro 2010

Elementos de Entrega:
  • Processo; em cadernos formato A3 ou superior, sobre papel vegetal
  • Maquete Geral de Intervenção, Esc. 1/500 ou 1/1000
  • Planta Geral de Intervenção, Esc. 1/500 ou 1/1000
  • Maqueta, esc. 1/200; material a definir pelo Aluno
  • Plantas, Cortes, Alçados - Projecto Geral, esc. 1/200
  • Axonometria da Proposta - Projecto Geral, esc. 1/200;
  • Apontamentos Perspecticos e/ou Montagens Fotográficas, s/ esc.; técnica livre, formato A1
  • Painel Síntese, contendo síntese de elementos gráficos e escritos, s/esc.; formato A1, vertical.
  • Zona: Plantas, Cortes, Alçados, Esc. 1/50
  • Corte Construtivo, Esc. 1/50
  • Pormenores Construtivos, Esc. 1/5
  • Memória Descritiva e Descritiva da Solução, referindo-se obrigatoriamente à solução urbana, à estrutura organizativa e funcional, à relação com a envolvente, à(s) solução(ões) tipológica(s) e ao programa de intervenção; A4, em papel, podendo conter ilustrações.
  • Quadro de Áreas (útil e brutas); formato A4, sobre papel.


6. Avaliação

Parâmetros de correcção
  • Crítica de sustentação/correcção da interpretação da análise territorial fundamentada nas qualidades específicas do lugar, nas matérias de ecologia da paisagem e ecologia urbana, desenvolvimento demográfico, espaço colectivo, psicologia ambiental, economia, etc;
  • Capacidade de Análise de elementos Urbanos (volumetrias, elementos urbanos e/ou arquitectónicos, ligações viárias e pedonais, espaço construído vs. espaço verde, etc.)
  • Suporte da resposta no resultado dos pontos anteriores e capacidade criativa e técnica na proposta de alteração territorial;
  • Demonstração de domínio técnico na proposta de soluções;
  • Análise à criatividade, qualidade geral e domínio de concepção demonstrados (estrutura, unidade, qualidade formal);
  • Análise à qualidade específica (edificado e relação com a envolvente, enquadramento dos sucessivos eventos, visão serial do espaço, estudo dos caminhos, com especial relevo dos conjuntos vegetais, relação sombra/sol, elementos construídos, pavimentos, mobiliário, muros, …);
  • Capacidade de articulação de Programa;
  • Capacidade de Resolução Técnica do projecto;
  • Apresentação